domingo, 4 de setembro de 2011

Mesa Redonda debate a produção de teatro de bonecos no Brasil e no mundo

Por Nathália Souza Silva 

Para discutir a produção de teatro de bonecos no Brasil e no mundo, ocorreu no Ateliê Catin Nardi, um debate que contou com a presença de Chico Simões, de Brasília e Catin Nardi, marionetista, diretor da Cia. Navegante Teatro de Marionetes. Estiveram presente também alunos das oficinas e vários outros artistas.
           
 Marco Flávio Alvarenga não pôde comparecer ao debate. Ele falaria da importância que a voz tem não só para o teatro de bonecos, mas para qualquer atividade teatral.

Catin Nardi abriu a discussão falando sobre o trabalho vocal dentro do teatro de bonecos. Chico Simões tomou a palavra e falou sobre a importância da diversidade no Brasil. Segundo ele, aqui há vários tipos de teatros e é isso que o torna tão especial. Chico afirmou que o teatro está sendo excluído da vida social, mas ele é necessário, pois todos nós somos atores. Quando presenciamos um acontecimento na rua e chegamos à nossa casa para contar a alguém, estamos representando. 

Chico continuou seu pensamento dizendo que o teatro que é importante para ele e originou-se das camadas mais baixas da sociedade. Desde os bonecos de luvas astecas até os que temos hoje. Falou que o teatro de bonecos começou com uma estrutura Del arte, máscaras, texto passado oralmente. E que o interessante nesse tipo de teatro é que nele há uma grande abertura para a improvisação. O bonequeiro tem a liberdade de introduzir ao espetáculo nomes, citações e conversar com o público.
           
Nesse ponto da discussão, Catin entra com um tema sério, que é a utilização do playback nos espetáculos com os bonecos. Chico se colocou contra essa forma de apresentação, dizendo que não consegue distinguir o ator do bonequeiro. Ele acredita que o uso do playback distancia o teatro do público, para ele isso não é teatro. Para Chico, teatro é contato, tem que ter essência, emoção e isso ele não consegue enxergar num espetáculo com vozes gravadas.
           
 Com o mesmo pensamento que o Chico, Dico Ferreira diretor cênico, acredita que a apresentação se torna algo audiovisual. “É como fingir fazer algo, me incomoda. O teatro de bonecos já não é tão popular como antes e com o uso desse recurso que pode ser falho, ele tende a desaparecer”, afirmou o diretor.
           
Vários outros artistas presentes também se posicionaram contra o uso desse recurso. Concordaram, entretanto, que a tecnologia tem que ser utilizada em favor do teatro. E não importa a forma que se faça, mas sim se há verdade nela.
           
Os artistas contaram suas experiências, e o debate foi encerrado com a fala de Dico Ferreira. “Gosto de ser levado por uma história, não só pela manipulação dos bonecos. O playback tem que ser usado como ferramenta pelo teatro e não como bengala”, comentou Dico.

Por fim, foi proposto a todos, disseminarem o teatro de bonecos, nas escolas, nos bairros, para que aconteçam mais festivais e que a cada ano venham mais bonequeiros mostrar seus bonecos.


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