quinta-feira, 8 de setembro de 2011

5ª Mostra de Teatro de Bonecos é sucesso de público em Mariana

Mais de sete mil pessoas participaram da programação da 5ª Mostra de Teatro de Mariana entre os dias 17 de agosto e 4 de setembro. Oficinas, exposições e espetáculos de grupos de teatro de Mariana, Curitiba, Brasília, Belo Horizonte, Caxias do Sul e também de Rosário e Buenos Aires na Argentina encantaram o público com uma programação que percorreu diferentes espaços da cidade, como praças, espaços culturais e instituições como creches e o asilo, além de bairros da periferia. “Levamos o teatro de bonecos para quem não tem acesso à programação cultural e a recepção do público nesses lugares foi muito positiva”, comentou Catin Nardi, coordenador geral da Mostra. Os espetáculos foram gratuitos em espaços abertos e o ingresso para espaços fechados era 1kg de alimento não-perecível. Foram arrecadados 274 kg de alimentos que serão doados para a Comunidade da Figueira, a creche e asilo de Mariana.

Oficinas
A oficina de Esculturas Vivas teve início em 17 de agosto e trabalhou técnicas de Tai Chi Chuan, expressão corporal, meditação e interpretação para esculturas. Durante a Mostra, sete alunos se espalharam pela cidade provocando curiosidade nos transeuntes e na criançada que ficava instigada com a presença das esculturas baseadas nos profetas do Aleijadinho. Este é o segundo ano em que as esculturas vivas estão presentes na mostra e ajudam também na divulgação do evento.

A oficina de criação, construção, vocalização e interpretação teatral com boneco de luva (fantoche) contou com a participação de15 alunos e, cinco deles participaram também do Projeto de oficinas Mambembe Moderno realizado no ano passado pela Cia Navegante, em varias cidades de Minas Gerais. Esses alunos-bonequeiros foram convidados a dar continuidade ao trabalho. A titeriteira argentina Adriana Sobreiro foi uma das professoras da oficina e destacou a importância do evento. “O teatro de bonecos produzido no Brasil é maravilhoso, mais popular, com presença forte da raiz do mamulengo. Na Argentina temos uma outra forma com uma técnica diferenciada, mas também bastante interessante. Com a Mostra, misturamos essas duas formas o que tornou bastante enriquecedor o trabalho”, disse.

Eduardo Romagnoli, coordenador das oficinas, destacou a troca de experiências entre alunos e os bonequeiros. “Nas mostras anteriores, fazíamos bonecos de mesa dando continuidade à oficina realizada no Festival de Inverno. Esse ano produzimos o boneco de luva (fantoche) com bastante sucesso. O aluno pôde participar de todas as etapas: construir o boneco, trabalhar a interpretação, a vocalização, se apresentar para o público e ainda ter uma proximidade grande com bonequeiros consagrados o que enriquece ainda mais o trabalho”, completou o ator.

Na manhã do dia 2 de setembro, a produção do teatro de bonecos no Brasil e no mundo foi tema de debate entre alunos das oficinas e bonequeiros, na mesa-redonda ocorrida no Ateliê Catin Nardi. A utilização das novas tecnologias e do ‘play back’ no teatro de bonecos dividiu opiniões entre os artistas e alunos presentes. A importância do uso correto da voz também foi um dos destaques.


Fotos: Leo Lopes

Futuro da Mostra
A partir de 2012, a Mostra de Teatro de Bonecos da Cia. Navegante entra definitivamente para o calendário de eventos de Mariana. Catin Nardi comemora o sucesso dessa 5ª edição. “Chegamos ao formato que queríamos, com a participação de seis grupos de diversas partes do país e também do exterior alem de vários grupos convidados com caixas de teatro Lambe-lambe. Tivemos oportunidade de produzir, discutir e apresentar o teatro de bonecos para a comunidade que lotou os espetáculos, além de debater com colegas de vários lugares sobre a realidade da nossa classe e profissão. Neste ano um polêmico tema foi levantado sobre o grau de utilização do “play back” no teatro de bonecos que cada vez mais tem tomado conta de montagens de companhias que não interpretam mais com bonecos e vendem seus trabalhos como se fossem teatro utilizando exclusivamente esta técnica”, afirmou Catin. Para o próximo ano, a Mostra acontecerá também em Ouro Preto.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Entrevista: Catin Nardi comenta sobre a concepção de suas obras

Por Cristiano Gomes e Pedro de Grammont

Mostra de Bonecos: O aspecto criativo. Como você chegou nesse campo primitivo da obra de bonecos construídos com cabaça?

CN: A cabaça é um material o qual eu sempre tive familiaridade com ele. Nasci e cresci na Argentina, onde as cuias que se usa pra tomar chimarrão são feitas de cabaça. Quando eu mudei para o Brasil - morei uns seis anos no Espírito Santo - eu comecei a experimentar de construir instrumentos com cabaças e, no início a idéia era de construir instrumentos musicais, mas aí a viagem estética pesou muito mais. Partindo disso, comecei a fabricar uns objetos que eram instrumentos musicais e, também, decorativos. Mas quando eu comecei a fazer o “Que Bicho Será” - montagem que deu origem aos bonecos da minissérie “Hoje é dia de Maria” - os bonecos do espetáculo já existam, e aí o Luiz Fernando Carvalho pediu pra utilizar estes bonecos. Eu preferi fazer uma réplica do meu trabalho pra que pudéssemos gravar na Globo.

 O material que eu uso no “Que Bicho Será”, basicamente é cabaça, pois o enredo se baseia em cinco contos de Ângelo Machado que estão situados dentro de um sítio. Então esse sítio tem uma relação com as idéias terra, grama, feno, folhas, madeira, fogo, esteiras, ferramentas de capinar, martelo, serrote. As cores que utilizo são azul marinho, verde oliva e, principalmente, tons pastéis. Eu não uso o fundo preto como uso em outros espetáculos. E todas as cores e formas em contraposição com a cabaça. Amarelada, ocre como a que se vê nos bonecos. Isso compõe, gera um sentido mais orgânico na obra. Este material não se funde com o que está no fundo do palco. Contrapõe a cor, mas não agride uma coisa à outra. As esteiras que a gente usa (as tapadeiras de fundo do espetáculo “Que bicho será”) são de bambu, tratadas com betume. Os figurinos são aventais, uma camisa de manga comprida e umas luvas cortadas na ponta para dar mais sensibilidade para manipular. E usamos uns capuzes meio medievais, então a idéia era como se fosse um marceneiro, um carpinteiro medieval com um avental mais moderno.

A personagem narradora do “Que bicho será” – personagem criada para os contos, para a versão adaptada para teatro de bonecos – Chico do Chapéu, é uma personagem que veste chita, algodão, e usa um chapéu de cabaça com uns dispositivos cheios de componentes eletrônicos. Com essa cabaça, ele está conectado ao mundo e é através dos mesmos componentes que ele consegue contar tais histórias maravilhosas para as pessoas. E ele argumenta que não empresta o chapéu para ninguém, por nada. No fim do espetáculo, a justificativa da personagem é que, sem o chapéu, ele não conseguiria contar essas histórias magníficas com essa conexão assim, vamos dizer, com o universo é que ele consegue contar as histórias. Tudo isto, através da matéria orgânica da cabaça.

Acabou que esse trabalho, antes de ir pra estréia, acabou alavancando outra produção, que é a fantástica – um marco de referência de qualidade dentro da produção da Globo – “Hoje é dia de Maria”. Os patos, a estética dos patos, a mecânica desenvolvida para isso, a cor deles – tudo isso acaba caindo na mão de alguém interessante, inteligente e competente como o (Luiz) Fernando Carvalho, e aí ele começa a achar que a única brincadeira possível para a vida de uma menina extremamente sofrida era brincar com os patinhos. E isso cai em todas as chamadas da minissérie, e ganha uma mídia violenta que, infelizmente acabou gerando problemas porque este trabalho foi ao ar com o nome de um outro grupo que se deu à autoria deste trabalho, e que acabou criando um impasse judicial. Na segunda minissérie, o primeiro de todos os créditos da minissérie era o meu. Mas, na primeira, o meu nome, infelizmente não foi ao ar. E a gente às vezes sofre um pouco ainda, anos depois de ter feito esta minissérie, com pessoas que chegam, batem o olho e dizem: “Olha aqui este boneco de fulano!”. Aí depois este mesmo ser começa a olhar as outras produções e pensa: “mas, espera aí, se está aqui um trabalho de “fulano”... Este trabalho foi você que fez?”. E aí eu digo que sim, este trabalho foi de minha autoria.

Então eu dei toda essa volta para te contar uma história que está ligada à minha infância, ao fato de eu ter crescido segurando uma cuia de chimarrão quente em um lugar frio, sabe? Um material que, quando eu vim ao Brasil, comecei a ver novas formas – as cuias que vemos na Argentina são mais ou menos parecidas – aqui tem umas formas retorcidas (motivo para gerar, por exemplo, os bicos dos patos da minissérie. Acho que, pelo próprio livro que o Machado colocou na minha mão, acabou sendo uma pesquisa. Tem uma coisa que é interessante, que eu já queria muito trabalhar com as cabaças. Eu já tinha pesquisado o material, já tinha trabalhado com ele, já dominava ele. Quando chegou a vez de “Que Bicho Será” eu pensei em ainda fazê-lo com outro material. Só que eu estava em contato com outro artista plástico de Belo Horizonte, o Gabriel Bicalho. Aí eu peguei um de meus pintinhos que tinham sido, assim, provavelmente, a primeira ou segunda obra que eu fiz. E eu queria esconder algumas articulações com papel. O Gabriel – que é super renomado - olhou meu trabalho e disse assim: “ cara, você vai acabar com o trabalho. Deixe do jeito que está. Está perfeito!”. Eu precisava  de um artista plástico, com um outro olhar. Meu olhar é muito mecânico. O boneco tem que ser funcional. Pode ser lindo, maravilhoso! Se não tiver funcionalidade, não vale nada. Mecanicamente estes bonecos ficaram muito bem resolvidos, eles funcionam muito bem.


Mostra de Bonecos: Quando foram construídos?

CN: A construção foi em 2004, o projeto já existia desde 1998. E aí eu fui pesquisando e desenhando coisas soltas. Até que, em 2003 eu comecei a fechar umas ilustrações, comecei a criar. E entre 2003 e 2004 eu criei os bonecos. Foram seis meses interruptos de trabalho. Aí tem um detalhe, a construção. É o seguinte: quando você projeta um boneco, que está pelado, que não tem nada, é uma estrutura. Você desenha e depois visualiza por dentro. Isso implica de você cortar placas de madeira e esculpi-las de dentro.

Quando você parte de um material como a cabaça, que está pronto você pega uma coisa que já está pronta, você remove os pedaços para poder encaixar uma coisa dentro da outra. E ainda tem que funcionar, mecanicamente. Então é uma coisa que eu chamo de “contra projeto”. Porque, quando você projeta, você faz uma construção progressiva e, neste caso, é o contrário. É um contra projeto. Você se adapta à forma que já existe para construir uma coisa em cima da estética que você quer.

Mostra de Bonecos: Você coloca alguma característica sua, da sua personalidade, nos personagens?

CN: Bom, eu acho que sim. Tudo que você vê tem uma questão que é a seguinte. Eu não me baseio na estética de outras pessoas. Eu não copio estéticas. Pesquiso geralmente os movimentos e faço imagens dentro da minha limitação enquanto desenhista. Então, o que você vê, é sempre a minha estética.


Mostra de Bonecos: Uma projeção midiática como é “Hoje é dia de Maria”. Até onde ela dá um fluxo no seu trabalho e até onde ela limita esse fluxo?

CN: A Globo não influenciou em nada no meu trabalho. Quando eu apresento o meu trabalho, as pessoas têm uma referência, e criam uma curiosidade muito maior pelo fato de a Globo ser uma transmissora muito grande, acaba gerando a curiosidade de: “ esse cara já fez, a abertura de uma novela, As Filhas da Mãe, em 2000. Ele fez a minissérie “Hoje é Dia de Maria” em 2005. Ele fez uma novela que se chamava “Sabor da Paixão” em 2003”. Tem um seriado no Futura, que é um vídeo escola que tem minhas marionetes.

Então, eles acabam vendo o que você oferece com outros olhas. Nesse sentido, influencia positivamente. Mas em relação ao meu trabalho, não influencia em nada. Eu achei que, quando fiz “as Filhas da Mãe”, eu estava estourando. Que eu ia, sabe, virar “global” (risos). Ilusão de juventude. Porque aí eu aumentei o preço de espetáculos, fiz um lançamento e acabei não vendendo nada pra mais ninguém. Depois eu abaixei a bola e disse: “não é assim.  Isso não vai mudar a minha vida. “Não é uma coisa que resolveu minha vida”. E, analisando todos aqueles que já fizeram algum trabalho para uma emissora “maior”, raríssimas exceções que realmente tiveram a vida mudada depois que se projetaram na TV. Então, não influenciou nada financeiramente.

Quando você trabalha pra Globo você ganha bem, as condições de trabalho são excelentes. Foi muito bom ter trabalhado na Globo porque isso me possibilitou de vivenciar as cidades cenográficas, conviver com os “artistas-globais”, mas sem interferir de forma negativa. São sempre experiências muito boas.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Bonecos do Zé Pereira da Chácara e da Cia Navegante alegram as ruas de Mariana

 Por Dayane Barreto

Na tarde do último domingo,  as ruas de Mariana se encheram de alegria com o cortejo Bloco Zé Pereira da Chácara. Saindo da sede do Bloco no bairro Chácara e acompanhado por uma banda de música que entoava as inesquecíveis marchinhas típicas do carnaval, o Bloco se encontrou com o Bloconeco da Cia Navegante nas proximidades da Praça Gomes Freire (Jardim). Os dois Blocos então seguiram, até a Praça da Sé.


A presidente do Bloco Zé Pereira da Chácara, Maria José Chaves Batista, conta que o Bloco nasceu no tempo dos escravos, mas ganhou força em 1846 quando o português José Nogueira de Paredes trouxe para os bonecos gigantes, que são a marca registrada do Bloco.


Os dois blocos chamaram a atenção da população marianense, alguns moradores inclusive foram para a janela admirar a sua passagem e outros saíram às ruas para acompanhá-los. Tanto os adoráveis bonecos da Cia Navegante, quanto os gigantes do Zé Pereira encantaram a todos e coloriram a cidade.

Marianenses se encantam pela delicadeza do Teatro Lambe-Lambe

Por Flávia Pupo e João Victor Câmara

No último sábado, 03 de setembro, aconteceram intervenções de Caixa de Teatro Lambe-Lambe, Esculturas Vivas e Tai Chi Chuan na praça Gomes Freire (Jardim). O evento contou com grupos de todos os cantos do país, como a CIA Mútua, de Santa Catarina, e Hermes Perdigão, de Belo Horizonte. O teatro lambe-lambe consiste em peças teatrais de curtíssima duração através da manipulação de bonecos, para um espectador por vez.
As exibições englobavam temas diferentes de acordo com o artista. Um dos espetáculos, de Mônica Lango, da CIA Mútua, acontece dentro de uma garrafa e toda a estética foi concebida a partir das cartas, bilhetes e recados recebidos pela autora. 


As pessoas que foram à praça ver os espetáculos se encantaram, como nos contou Tales de Toledo. Quando perguntado sobre a experiência com a caixa de teatro, comentou: “Eu achei muito delicado por parte dela de nos trazer uma mensagem. Eu acho que muitas vezes a gente despreza essa delicadeza.”
Além do lambe-lambe o evento contou também com uma apresentação de Tai Chi Chuan, e esculturas vivas que aconteceram simultaneamente por toda a praça, atraindo a atenção de todo o público que foi prestigiar o evento. É válido lembrar que a mesma exibição aconteceu no domingo, dia 04, na Praça da Sé.



domingo, 4 de setembro de 2011

Alunos da oficina "Criação, construção e interpretação" fazem apresentação na Praça Gomes Freire

 Por Nathália Souza Silva e Bruna Lapa

Foi apresentado nessa manhã de domingo, o espetáculo “Mostra de Teatro de Bonecos”, pelos alunos da oficina de criação, que foi ministrada pela bonequeira Adriana Sobreiro da Cia. Agarrate Catalina – Argentina
Adriana afirmou que a sensação de apresentar o trabalho feito por seus alunos é muito gostosa e que tudo que ela faz é com alegria. Uma das alunas, Lilian Madureira, disse que aprender a técnica de fazer bonecos com garrafas pet e como manipulá-los é uma experiência única, e que poder apresentá-los é uma sensação magnífica. Elizete Souza, também aluna da oficina, explicou como apresentar para públicos diferentes é bom, já que os alunos da oficina se apresentaram também no Asilo Lar Santa Maria, na Creche Casinha de Nazaré, no Adro da Igreja Nossa Senhora Aparecida no bairro Cabanas e no Clube Marianense.
A mostra apresentou com a montagem de cenas rápidas os bonecos produzidos pela oficina e assim, com humor e encanto arrancou risadas, exclamações e aplausos das crianças e adultos presentes.

                                                                           Fotos: Nathália Souza Silva e Bruna Lapa



Mesa Redonda debate a produção de teatro de bonecos no Brasil e no mundo

Por Nathália Souza Silva 

Para discutir a produção de teatro de bonecos no Brasil e no mundo, ocorreu no Ateliê Catin Nardi, um debate que contou com a presença de Chico Simões, de Brasília e Catin Nardi, marionetista, diretor da Cia. Navegante Teatro de Marionetes. Estiveram presente também alunos das oficinas e vários outros artistas.
           
 Marco Flávio Alvarenga não pôde comparecer ao debate. Ele falaria da importância que a voz tem não só para o teatro de bonecos, mas para qualquer atividade teatral.

Catin Nardi abriu a discussão falando sobre o trabalho vocal dentro do teatro de bonecos. Chico Simões tomou a palavra e falou sobre a importância da diversidade no Brasil. Segundo ele, aqui há vários tipos de teatros e é isso que o torna tão especial. Chico afirmou que o teatro está sendo excluído da vida social, mas ele é necessário, pois todos nós somos atores. Quando presenciamos um acontecimento na rua e chegamos à nossa casa para contar a alguém, estamos representando. 

Chico continuou seu pensamento dizendo que o teatro que é importante para ele e originou-se das camadas mais baixas da sociedade. Desde os bonecos de luvas astecas até os que temos hoje. Falou que o teatro de bonecos começou com uma estrutura Del arte, máscaras, texto passado oralmente. E que o interessante nesse tipo de teatro é que nele há uma grande abertura para a improvisação. O bonequeiro tem a liberdade de introduzir ao espetáculo nomes, citações e conversar com o público.
           
Nesse ponto da discussão, Catin entra com um tema sério, que é a utilização do playback nos espetáculos com os bonecos. Chico se colocou contra essa forma de apresentação, dizendo que não consegue distinguir o ator do bonequeiro. Ele acredita que o uso do playback distancia o teatro do público, para ele isso não é teatro. Para Chico, teatro é contato, tem que ter essência, emoção e isso ele não consegue enxergar num espetáculo com vozes gravadas.
           
 Com o mesmo pensamento que o Chico, Dico Ferreira diretor cênico, acredita que a apresentação se torna algo audiovisual. “É como fingir fazer algo, me incomoda. O teatro de bonecos já não é tão popular como antes e com o uso desse recurso que pode ser falho, ele tende a desaparecer”, afirmou o diretor.
           
Vários outros artistas presentes também se posicionaram contra o uso desse recurso. Concordaram, entretanto, que a tecnologia tem que ser utilizada em favor do teatro. E não importa a forma que se faça, mas sim se há verdade nela.
           
Os artistas contaram suas experiências, e o debate foi encerrado com a fala de Dico Ferreira. “Gosto de ser levado por uma história, não só pela manipulação dos bonecos. O playback tem que ser usado como ferramenta pelo teatro e não como bengala”, comentou Dico.

Por fim, foi proposto a todos, disseminarem o teatro de bonecos, nas escolas, nos bairros, para que aconteçam mais festivais e que a cada ano venham mais bonequeiros mostrar seus bonecos.


Programação deste domingo, dia 4 de setembro

O último dia do evento, domingo, dia 4 de setembro, a mostra-resultado da oficina será apresentada na Praça Gomes Freire, às 11h. Às 14h, a Cia. El Indivíduo de Belo Horizonte apresenta "Circo Miko", na Praça Gomes Freire, o espetáculo integra o Projeto Quaquaraquaquá. Às 15h30 está programado o Cortejo de Encerramento da 5ª Mostra, pelas ruas da cidade, que conta com o tradicional Zé Pereira da Chácara e o Bloconeco da Cia. Navegante. À noite a Cia Roupa de Ensaio reapresenta o espetáculo "A Peleja do Vaqueiro Benedito Contra o Capitão João Redondo e a Cobra Madalena", no Teatro Sesi que recebe em seguida, às 20h30 o espetáculo "Marionetas Orsini".

sábado, 3 de setembro de 2011

A poesia de Orsini encanta o público no Teatro Sesi-Mariana


Por Maria Fernanda Pulici

Aconteceu ontem no Teatro SESI- Mariana o espetáculo “Marionetas Orsini”, do argentino Ruben Orsini. O marionetista dá vida a diferentes personagens e com isso traz diferentes histórias urbanas.
O espetáculo se inicia com um simpático macaquinho, que cativou todo o público e aumentou a expectativa de quem estava presente. A partir daí surgem personagens que apresentam diferentes situações nas ruas.

                                                                                    Foto:Maria Fernanda Pulici

A poética do espetáculo, a manipulação de Orsini, o jogo de luzes, a trilha sonora e os próprios personagens surpreendem e emocionam o público, tornando este espetáculo um destaque da mostra.

Quem quiser conferir, “Marionetas Orsini” se repetirá hoje, dia 03, as 19:00h na Cia. Lunática, em Passagem de Mariana e domingo, dia 04, às 20:30h no Teatro SESI-Mariana. O ingresso é 01 litro de leite tetra pak.

Vale a pena assistir e se apaixonar por esse espetáculo e o trabalho de Ruben Orsini.

                                                                                   Foto:Maria Fernanda Pulici




                                                                                   Foto:Maria Fernanda Pulici

Espetáculo Musicircus traz a alma circense para a o palco

Por Dayane Barreto


A última atração da noite desta sexta-feira foi o espetáculo “Musicircus”, da Cia Navegante. Um grande número de pessoas lotou o Ateliê Catin Nardi, local aonde aconteceu a apresentação.

O espetáculo traz uma fascinante sequência de esquetes que iam de números circenses a apresentações que mexiam com o imaginário do público, como a montagem de um boneco, parte por parte, no palco.

                                                                       Foto: Raquel Dias

Personagens divertidos como dois lutadores de sumô, um príncipe africano de pernas-de-pau, um palhaço de skate e um engolidor de facas, trouxeram para o palco a alma do picadeiro. Atrações musicais também encantaram o público, como um garoto que tocava flauta, um casal que dançava forró e um vovô roqueiro que arrancou gargalhadas de todos, deram um toque especial à apresentação.

O espetáculo prendeu a atenção do público do início ao fim. De forma irreverente, os bonecos brincavam com diversos espectadores tornando a apresentação uma interação entre o palco e a plateia que encantou a todos.

                                                                                                                                  Foto: Raquel Dias



Mesa redonda debate produção do teatro de bonecos no Brasil e no mundo

Grupos de teatro, alunos da oficina e bonequeiros do Brasil e da Argentina discutem a produção de teatro de bonecos no Brasil e no mundo. As produções contemporâneas e o uso de tecnologias como "playback" foram discutidos pelos artistas presentes.